quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Olimpiadas 2008
Gigante corre atrás do atraso esportivo impulsionado por verba federal
Nas Olimpíadas, o Brasil faz juz à letra de seu hino nacional: é um gigante deitado eternamente em berço esplêndido. Sua posição no medalheiro (38º) está bem abaixo de seu lugar no ranking de maiores países (5º), de maiores populações (5º) e de maiores economias (10º), situação semelhante à Índia, que está em 48º no quadro geral de medalhas, enquanto 7º em extensão territorial, é vice-campeão em população e 12º PIB do mundo.
Tudo por um histórico de descaso, diminuído nos últimos anos graças a patrocínios estatais, a verbas tiradas das loterias públicas e a incentivos fiscais. Por isso mesmo, o país subiu nas últimas três edições no mínimo dez vezes ao pódio, o que não acontecia anteriormente. A idéia em 2008 é tentar superar as 15 medalhas obtidas em Atlanta-1996.
Outro dado que revela o país são as duas modalidades com mais medalhas, principalmente o fosso social em que ele se divide. Em primeiro lugar está a elitista vela, com 14 prêmios. O segundo colocado é o popular atletismo, de 13 prêmios e destaque para a escola de salto triplo de Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João do Pulo. Por outro lado, a modalidade que mais caracteriza o país, o futebol, nunca venceu um ouro nos Jogos.
Mas, ao contrário de outros vizinhos na classificação olímpica como Quênia e Etiópia, o Brasil divide entre várias modalidades seus prêmios, com destaque para os esportes coletivos (com basquete e vôlei trazendo cinco pódios, e futebol com quatro).
O país estreou em Antuérpia-1920 com três medalhas no tiro (o ouro ficou para Guilherme Paraense), mas ao longo dos Jogos venceu e manteve certa tradição no judô, natação, hipismo e vôlei de praia – a medalha mais solitária é a do boxeador Servílio de Oliveira, bronze em 1968.
Para Pequim, o país leva sua maior delegação, superando os 247 atletas que foram para Atenas-2004, em um marketing que destaca o gigantismo da missão nacional em detrimento do aproveitamento em medalhas.
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